Ana Bacalhau – Leve Como Uma Pena

E olha ao longe a praia
O bote aguentou
Bom vento sopra forte
Que é para lá que eu vou
Formosa e segura
Venha quem vier
Finalmente livre
Sem nada a temer

Uns dizem que não posso
Outros que não sou capaz
Se aprovam ou reprovam
A mim tanto faz
Passou a tempestade
O momento chegou
É hora de mostrar quem eu sou

Até podem rogar-me pragas
Ou lançar-me às feras
Insistirem encaixar-me 
Onde eu não couber
Já não vou ficar mais pequena
Podem atar-me o mundo à perna
Para me ver aos tombos
E apoiar-se nos meus ombros
Que eu sinto-me leve
Leve como uma pena

O medo atrapalha
A ilusão confunde
A obra boca e abre
A boca a meio mundo
E se o que eu for for feito
E o que eu fizer for meu
Pode não ser perfeito
Mas há de ser eu

Caíram rios de chuva
O vento igual lá fora
A pouco e pouco o temporal
Foi acalmando agora
Já só falta uma nuvem
Para o sol brilhar
É hora de por isto a andar

Até podem rogar-me pragas
Ou lançar-me às feras
Insistirem encaixar-me 
Onde eu não couber
Já não vou ficar mais pequena
Podem atar-me o mundo à perna
Para me ver aos tombos
E apoiar-se nos meus ombros
Que eu sinto-me leve
Leve como uma pena

Dias e dias
Carregando um fardo 
Que afinal não era meu
À procura de uma resposta
E a resposta
A resposta
Pelos vistos a resposta
Sou eu

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